(AP Photo/Tony Dejak)
Se existia alguma dúvida sobre o interesse do Golden State Warriors nesta temporada, se alguém achava que o poder de fogo do time já não era mais o mesmo, se restava, ainda, alguma dúvida de que este Golden State Warriors é um dos grandes times da história do basquete, a vitória de ontem que confirmou a varrida pra cima do Cleveland Cavaliers na final do campeonato está aí para responder qualquer uma destas questões.
Não acho que seja inteligente menosprezar esta equipe. São três títulos em quatro anos, dois jogadores de Hall da Fama, mais três que são no mínimo all-star, uma porrada de recordes, sucessivas vitórias sobre um dos únicos jogadores que já puderam chegar perto de uma comparação com Michael Jordan… Se isso não é suficiente para abafar qualquer crítica besta a este time e reconhecer que estamos vendo a história ser escrita diante dos nossos olhos, então eu não imagino o que pode ser empolgante.
Não vou me atrever dizer aqui se este time está muito atrás ou se já pode ser considerado superior ao Los Angeles Lakers dos anos 80, ao Boston Celtics dos anos 50 e 60 ou ao Chicago Bulls da década de 90. Não porque eu não ache que já dê pra dizer uma coisa ou outra, mas simplesmente porque esta equipe ainda está escrevendo a sua história – que pode ser ainda maior! Mas, sem sombra de dúvidas, já dá para dizer que faz parte deste grupo dos lendários.
+ Ontem foi a vez de Kevin Durant carregar um time inteiro nas costas
+ Não dá pra vencer o Warriors quando Curry e Durant jogam tão bem
A vitória deste ano foi importante para reforçar uma característica marcante deste time: sabe decidir partidas como poucos na história souberam. A série contra o Houston Rockets mostrou a importância de cada um dos principais jogadores do elenco, que apareceram muito bem quando o time não podia mais perder nenhuma partida sob o risco de ser eliminado precocemente. Contra o Cleveland Cavaliers, provou que na hora que precisa, nos segundos finais, os chutes de Stephen Curry e Kevin Durant serão certeiros. Chegar ao final de um jogo pau a pau contra o Golden State Warriors é pedir para perder.
Eu sei que muita gente tem dificuldade em reconhecer o tamanho desta dinastia por má vontade com um time apelão. Apesar de boa parte do elenco ter se construído organicamente via draft e trocas normais, a assinatura de Kevin Durant realmente é algo sem precedentes na história da NBA – mesmo a ida de Dennis Rodman para seu antigo rival Chicago Bulls se deu em condições bem diferentes, por exemplo. Em todo caso, não gostar da forma como um time se formou não deveria impedir ninguém de admitir que esta equipe é uma das grandes de todos os tempos.
A suposta falta de competitividade é outro argumento que, pra mim, é vazio. Sem contar ter que bater anualmente o time do melhor jogador da geração, a NBA vive um momento especial de grandes jogadores (como já teve em outros momentos) e muitos deles estão reunidos em equipes ótimas. Se o Golden State Warriors sobra neste ambiente, isso diz mais sobre a qualidade do time do que sobre seus rivais.
Esta supremacia pode se enfraquecer em breve – se alguém resolver buscar novos ares, se a franquia tiver um ano com azar nas lesões – ou se manter em alta por algum tempo ainda – acho provável. Mas, se é difícil batê-los, que pelo menos a gente tenha consciência de que estamos testemunhando uma história que será contada para sempre. Que tal aproveitar?