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James Harden bate recorde pessoal de pontos em partida quase perfeita

(Troy Taormina-USA TODAY Sports)

A exibição de James Harden deste domingo contra o Utah Jazz foi algo histórico. O jogador anotou 56 pontos, seu recorde pessoal, em apenas 25 arremessos de quadra. A marca é a segunda melhor da história da NBA no que diz respeito a eficiência nos arremessos: antes de Harden apenas um camarada chamado Michael Jordan tinha conseguido fazer mais do que 55 pontos chutando apenas 25 bolas.

Ainda que MJ tenha feito dois pontos a mais que o barba na ocasião, 30 anos atrás, acho que o feito do atleta do Rockets é mais impressionante. Jordan anotou 26 pontos de lances-livres, enquanto Harden fez ‘apenas’ 11 pontos dessa forma. A diferença é que James fez 7 cestas de três pontos.

As marcas históricas não param por aí: James esteve a um ponto de igualar o recorde da franquia, registrado por Calvin Murphy em 1978, se tornou apenas o segundo jogador na história, junto de Oscar Roberson, a anotar mais de 50 pontos e 13 assistências em um jogo e 54 destes pontos foram marcados em apenas três quartos de jogo.

Os números foram tão impressionantes, que até parecia que o boxscore do jogo estava errado – em um primeiro momento estava mesmo, já que anotava que Harden tinha feito tudo isso em absurdos 20 minutos jogados, o que seria humanamente impossível. Minutos mais tarde a NBA corrigiu sua minutagem para 36, algo ligeiramente mais razoável.

A atuação é o exemplo mais perfeito e bem executado do plano do Houston Rockets: ser o mais eficiente possível, sempre. Não que os outros times não tentem isso intuitivamente, claro, mas o time texano transformou essa filosofia em ciência e aplicou em seu jogo ao longo das últimas temporadas. A orientação é que os arremessos do time só sejam executados atrás da linha de três pontos, onde ele vale mais e tem uma porcentagem de acerto muito parecida com os chutes longos de dois pontos, ou então colados à cesta, onde o aproveitamento dos chutes é muito alto. Mais da metade dos arremessos do time inteiro são de três pontos (53,4%), enquanto a média da NBA inteira é de 33%. Dos chutes que sobram, a maior parte são a menos de três metros da cesta, o que confere ao time o segundo melhor aproveitamento dos dois pontos de toda a liga, atrás apenas do Golden State Warriors.

Desta forma, amparado nos números, o Houston pontua o máximo que pode nas suas posses de bola. É claro que a noite de ontem tem uma dose cavalar do talento individual de James Harden, um pontuador nato, mas com certeza sua habilidade só cresce diante de uma filosofia de eficiência máxima. Com um esquema que só se aperfeiçoa – agora o Rockets descobriu que é ainda mais eficaz quando não corre tanto com a bola em todas as posses e saiu da primeira posição em ritmo de jogo na temporada passada para ser apenas o 12º time que mais acelera o jogo -, é provável vermos mais noites históricas de Harden ao longo da temporada.

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