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Sobre NBA e afins

Jimmy Butler é o MVP dos nerds e das estatísticas avançadas

(Brace Hemmelgarn-USA TODAY Sports)

Ele com certeza não será eleito o MVP ao final da temporada, mas é difícil encontrar alguém que esteja tão bem ranqueado em tantas estatísticas avançadas, aquelas que detalham com maior precisão o impacto de um jogador na partida, do que Jimmy Butler.

Para começar, o ala-armador é o 3º da NBA em um índice criado pela ESPN americana que se chama Real Plus/Minus, atrás somente de James Harden e Stephen Curry. Este índice tem uma modelagem que mede não pura e simplesmente o quanto um time faz e sofre de pontos quando um jogador está em quadra, mas pondera a colaboração de cada jogador para este resultado. E em números absolutos, como Butler jogou mais partidas do que Harden e Curry, que perderam tempo lesionados, ele lidera a NBA inteira no chamado Real Plus/Minus Wins, que mede quantas vitórias um jogador ‘adicionou’ pro seu time.

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Em um índice parecido, mas com uma modelagem diferente, Butler é o 4º no chamado Offensive Win Share, que calcula o impacto ofensivo do jogador nas vitórias do time, e 12º no ranking do eficiência ofensiva, que calcula quantos pontos o time faz a cada 100 posses de bola que ele está em quadra. Também é o 6º em um índice Value Over Replacement, que apesar de obsoleto, é usado para estimar o quanto um jogador impacta positivamente em um time em uma simulação em que ele substitui um jogador com produção na média da liga.

Isso sem falar nas estatísticas mais básicas, em que Butler está entre os cinco que mais jogam, roubam bolas e entre os vinte que mais pontuam.

Isso tudo, na verdade, é só uma forma de colocar em números o que fica bem evidente quando se assiste a uma partida do Minnesota Timberwolves: Jimmy é o líder, melhor jogador e mais decisivo de um time que vem crescendo ao longo da temporada – hoje, já incomoda o San Antonio Spurs na terceira colocação do Oeste.

Uma coisa que para mim mostra toda a qualidade do camisa 23 do Wolves é o seu crescimento de produção ao longo da temporada. No primeiro mês pelo novo time, Butler foi bem discreto nos números. Era o cara que carregava a bola junto de Jeff Teague e era, até mais do que o armador, o principal responsável por iniciar as jogadas, pensar no primeiro passe. Se movimentava muito sem a bola, justamente criando espaço para seus colegas, principalmente Andrew Wiggins. A impressão que dava era que ele estaria em um processo de transformação no que Andre Iguodala virou no Golden State Warriors: um cara fundamental, muitas vezes decisivo, mas que abriu mão do protagonismo mesmo quando estava em seu auge para dar espaço aos colegas mais jovens.

Mas com o passar dos jogos, Butler começou a definir mais as jogadas, bater pra dentro, segurar a bola nos minutos finais – e o Minnesota cresceu.

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Os números comprovam este crescimento. No primeiro mês em Minneapolis, Butler anotou em média 15 pontos por jogo em 12 arremessos por partida. Depois disso, o jogador assumiu a boleia do time, virou o cestinha com 23 pontos por jogo em 16 arremessos. O número de vezes que toca na bola saltou de 50 para 65. Neste período, foi o cara mais clutch da NBA (o que mais pontuou nos cinco minutos finais do jogo com a partida empatada ou com até cinco pontos de diferença).

Aliás, essa atitude deve fazer com que Butler termine a temporada ainda mais bem ranqueado em todos estes índices, já que atualmente o peso do seu começo discreto nos números é maior do que será ao final dos 82 jogos.

No fundo, os números pouco importam. As estatísticas só devem traduzir o rendimento do jogador. .Vale mesmo que Butler seja decisivo e ajude seu time a vencer.  E ele tem feito isso.

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