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Lakers confirma sua vocação e contrata Lebron James por quatro anos

(David Richard-USA TODAY Sport)

Não tem jeito. Los Angeles Lakers é Los Angeles Lakers, pai. Quase um dia depois da abertura oficial do período de transferências, que permite que jogadores sem contrato assinem com novas equipes ou renovem seus vínculos, foi confirmado que Lebron James jogará com a camisa roxa e dourada pelas próximas temporadas. A contratação do melhor jogador da geração confirma a vocação do time angelino de seduzir as maiores estrelas da liga para que se juntem com a franquia.

Foi assim com a primeira super estrela nacionalmente reconhecida do basquete, ainda na década de 60, Wilt Chamberlain. Se repetiu na década seguinte com o jogador mais premiado da história do basquete, Kareem Abdul Jabbar. E mais uma vez aconteceu na década de 90, quando assinou com o jogador mais dominante do basquete, Shaquille O’neal.

Agora, o time consegue convencer Lebron James a se juntar à franquia mais badalada, mais popular e mais odiada de toda a NBA. Por mais que vários times tivessem seus prós para a negociação se efetivar no momento, não poderia ser de outra maneira: nenhuma outra equipe tem no seu DNA a característica tão marcante de conseguir contratar as maiores estrelas do jogo do que o LAL.

A união é curiosa. Por mais que ainda não esteja muito claro como este time estará formado ao começo da temporada, o Lakers é uma equipe que vem de um longo processo de reconstrução via draft, parecido com o que o Philadelphia 76ers, só que levemente menos dramático e consideravelmente menos bem sucedido. Em todo caso, o tem em seu elenco excelentes talentos para o futuro e, independente de Lebron James, já seria uma equipe em viés de alta para esta e as outras temporadas.

A chegada do melhor jogador da atualidade, no entanto, muda o cenário. Ao invés de um processo lento e gradual de evolução, as expectativas da equipe são catapulteadas. Não existe a possibilidade de um time com Lebron James saudável não chegar ao final do campeonato com alguma chance de título. Cercado de um elenco talentoso, mesmo que jovem, então, só faz do projeto ainda mais promissor.

A ida de Lebron também vai promover a onda de atração de outros bons jogadores ao time. Por mais que a expectativa fosse de que Paul George assinasse com o clube para formar uma dobradinha fenomenal logo de cara, é de se esperar que, com o tempo, muita gente olhe com outros olhos para o time de Los Angeles. Além dos boatos que colocam a cidade como o destino predileto de Kawhi Leonard (que depende da boa vontade do San Antonio Spurs), Demarcus Cousins é um nome bem cotado para assinar de imediato com o Lakers – o problema, aqui, é que o pivô está se recuperando ainda de uma séria lesão que deve comprometer sua próxima temporada.

O vínculo, de quatro anos, surpreende. Nos últimos tempos James usava seus contratos mais curtos para barganhar com a diretoria do Cleveland Cavaliers por colegas melhores. A ameaça era de que se o time não conseguisse contratar gente boa para jogar com ele, Lebron sairia na temporada seguinte – o que de fato aconteceu. Agora que assinou por três temporadas com opção de mais uma, Lebron mostra que aposta no projeto da franquia para o futuro próximo.

Pela perspectiva do jogador ainda, o novo desafio, além de ser uma baita jogada mercadológica, é uma excelente oportunidade de mostrar que sua série de trocentas finais seguidas não aconteceram apenas porque Lebron James sempre jogou em uma conferência mais fraca. Para isso, no entanto, terá que desbancar o Golden State Warriors.

A tarefa não será simples. Mesmo que reúna uma panela talentosa ao seu redor, é difícil concentrar tanta gente boa e bem entrosada como é o grupo do atual campeão. Por outro lado, nas outras vezes que fez movimentos parecidos, contratando Wilt, Kareem e Shaq, o time conseguiu alguns títulos para a sala de troféus.

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