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No final das contas, o Warriors ainda é o time a ser superado na NBA

(Troy Taormina-USA TODAY Sports)

Acho que nem mesmo o mais convicto dos torcedores continuava confiante na classificação do Golden State Warriors quando o time saiu de quadra no intervalo do jogo 7 de ontem contra o Houston Rockets perdendo por 11 pontos de diferença. Além da diferença, significativa, o modo com o atual campeão vinha se comportando em quadra era preocupante: confuso na defesa e insistente nos erros no ataque. Daquele jeito, era impossível virar.

Mas o jogo recomeçou e o Warriors mostrou que ninguém tem tanta bala na agulha na hora que o bicho pega. Com mais uma apresentação impecável no terceiro quarto de partida, o Golden State aplicou um 33 a 15 no Houston e virou o jogo. Liderado por Stephen Curry, que acertou cinco de seis arremessos tentados, sendo quatro deles de três, foi fulminante no ataque e congelou o rival, que insistiu em 14 bolas de três e não acertou nenhuma. Jogou e não deixou o adversário jogar quando mais importava na série.

Este confronto contra o Rockets foi o melhor exemplo de que ainda não há time tão preparado para superar momentos assim como o Warriors. Klay Thompson carregou o time em um jogo, Kevin Durant em outro e Stephen Curry nos outros dois (que outro time na liga tem tudo isso de talento à disposição?). A defesa, que não foi um primor, conseguiu fazer o suficiente, pelo menos, para atrapalhar James Harden. Mostrou que pode virar qualquer jogo, mesmo estando prestes a ser eliminado, no talo da pressão – foi assim ontem e foi assim há dois dias, quando fez 33 a 16 no terceiro quarto também e virou uma desvantagem de 10 pontos para uma liderança de sete.

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Discordo que o papel do Houston tenha sido decepcionante (isso vai vir em outro post, amanhã). Minha tese é que o Golden State é que é muito bom. Mas como os dois times brigaram muito e levaram a disputa para um jogo mais feio, na comparação entre os dois, fica a impressão de que o Rockets afinou. Não é isso. A formação do Warriors, apesar de magra e, agora, com algumas deficiências evidentes, é que ainda é insuperável.

A capacidade de Steve Kerr também é algo que ainda vamos aprender a mensurar melhor com o tempo – e cada vez vamos valorizar mais. Isso do time sempre voltar do intervalo com algum antídoto contra o adversário é quase que inexplicável. Ontem , sem Klay Thompson que estava abarrotado de faltas, mas que é o melhor marcador de perímetro e um especialista nos chutes, o time fez milagre de impor um ritmo alucinante com a bola nas mãos e fazer o backcourt do Rockets parecer o do Atlanta Hawks – ou qualquer time ruim que não tenha um talento notável na armação. Com Kevon Looney no garrafão e Nick Young ao lado de Curry na armação, o treinador conseguiu fazer o time jogar como se estivesse com a sua principal formação.

Agora o embate é contra o Cleveland Cavaliers. Por mais que do outro lado tenha um Lebron James jogando como nunca – o que é bem assustador -, não parece haver adversário para o atual campeão. Mas os detalhes disso ficam para quinta-feira. Até lá.

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