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Minnesota Timberwolves já é um time bom, mesmo longe do seu auge

(Reuters)

Por mais que tenha a quarta melhor campanha do Oeste, atrás somente dos líderes óbvios Golden State Warriors, Houston Rockets e San Antonio Spurs, e que seja disparado o time que mais evoluiu em número de vitórias em relação à temporada passada, o Minnesota Timberwolves às vezes dá a impressão de que não engrenou ainda. Em parte isso é verdade. Mas é por um bom motivo: é que a equipe, por mais que já esteja bem, dá pinta de que ainda pode ser muito melhor.

A começar por Tom Thibodeau, que ainda não conseguiu emplacar sua costumeira defesa feroz. Não sei se porque Karl Anthony Towns e Andrew Wiggins não desencantaram neste lado da quadra ainda, se o time é muito jovem ou se a rotação que o técnico confia é muito curta, mas é de se esperar que com (mais) tempo, o treinador consiga imprimir sua marca no time em breve. Se não for nesta temporada, nas seguintes – caso contrário, ele deve ter um AVC na beira da quadra, já que é de longe o mais estressado dos técnicos.

O time também deve melhorar conforme os próprios Wiggins e Towns forem ganhando bagagem. Mesmo que nunca virem excelentes defensores, os dois ainda estão em uma evidente curva ascendente de desenvolvimento. Mesmo que seus números estejam abaixo do que o registrado na temporada passada – muito em função da chegada de Jimmy Butler -, é de se esperar que ambos assumam o protagonismo com o passar o tempo. Wiggins já decidiu jogos na temporada (o mais emblemático buzzer beater do ano, até o momento, contra o Oklahoma City Thunder) e Towns se mostra um dos melhores pivôs arremessando tanto colado à cesta, quando de fora do arco.

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Jimmy Butler também deve se sentir cada vez mais à vontade com a camisa da franquia. Depois de um começo muito fraco e de um outro período em que individualmente foi muito bem, mas dominou muito a bola, é natural que Butler encontre seu espaço e saiba dosar a sua participação. Jimmy é o típico jogador que faz tudo bem: defende, ataca, distribui e briga como poucos. Também é um cara que sabe jogar sem a bola se for preciso, que sabe mostrar seu jogo sem pontuar. Com a qualidade que tem – é um dos caras mais subestimados em toda a liga -, com certeza vai conseguir contagiar o restante do elenco com a sua dedicação defensiva no decorrer do campeonato.

O melhor de tudo é que o time tem tempo. O projeto do Timberwolves não é para já. A única urgência é se classificar aos playoffs, encerrar o jejum de 13 anos sem ir ao mata-mata – maior série vigente na NBA – e dar rodagem ao elenco nas partidas decisivas. O momento é de amadurecer seus jovens, mostrar que a franquia adotou uma cultura vencedora e  que é um bom destino para jogadores sem contrato – mais ou menos como fez o Golden State Warriors no seu projeto vencedor desde 2012, esperando a evolução de Stephen Curry e Klay Thompson e atraindo outros bons jogadores via Free Agency.

Em termos de talento bruto jovem e potencial para o futuro, acho que o Minnesota Timberwolves rivaliza com o Boston Celtics – uma franquia que no momento é inegavelmente o melhor projeto de dinastia para os próximos anos. Isso não é pouco. Que o melhor esteja por vir.

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