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Sobre NBA e afins

Pela primeira vez em anos Lebron não terá ‘panela’ de All Stars ao seu lado

(David Richards/USA Today)

A partir de agora, é Lebron James e companhia. Mais nada. E quando digo “companhia” quero dizer que, pela primeira vez em dez anos, o melhor jogador da NBA na atualidade não estará cercado de outras estrelas de primeira grandeza na liga. Nada de Shaquille O’neal, Chris Bosh, Dwyane Wade, Kyrie Irving ou Isaiah Thomas. Agora Lebron James terá que se virar com Rodney Hood, George Hill e afins em uma situação bastante incomum para ele.

Não quero dizer que é ruim. Longe disso. Especialmente quando estava jogando com um Thomas rendendo muito abaixo do potencial e um Wade abatido pela idade – sem falar em Derrick Rose -, mas é, inegavelmente, algo diferente para ele, um cara reconhecidamente ‘paneleiro’.

A fama, justificada, começou quando deixou o Cleveland para se juntar a Chris Bosh e Dwyane Wade. O primeiro era o melhor jogador do Toronto Raptors, tinha sido da seleção do campeonato em 2006-2007 e cinco vezes chamado para o All Star Game. O segundo já tinha sido MVP das finais, campeão, cinco vezes da seleção de melhores da liga e seis vezes convocado para o jogo das estrelas. Nos anos seguintes, o time ainda teve a adição de Ray Allen, campeão pelo Celtics, dez vezes All Star, duas All NBA.

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Depois, deixou o Heat para voltar o Cavs com uma condição clara: que estivesse, mais uma vez, rodeado por estrelas. Desta vez, Kyrie Irving, na época duas vezes All Star e uma vez All NBA, e Kevin Love, três vezes chamado pro jogo das estrelas e duas vezes pra seleção do campeonato.

Com o ‘reset’ feito pelo general manager do Cleveland Cavaliers, Koby Altman, nada de panela de agora em diante. Pelo menos nos moldes que conhecemos Lebron. Só sobrou Kevin Love, que há algum tempo assumiu um papel bem diferente dos tempos de Minnesota Timberwolves, e um punhado de excelentes jogadores que não tem – pelo menos ainda – o pedigree de grandes estrelas na liga.

O perfil de colegas de Cleveland agora é bem mais ‘low profile’. Rodney Hood era um excelente coadjuvante no Jazz e vinha registrando os melhores números da sua até então curta carreira na liga. Jordan Clarkson é um eterno motor para o time reserva. George Hill é um legítimo operário, muito esforçado na defesa. Assim como Larry Nance Jr. E é isso.

Nada de Chris Bosh para dar o toco decisivo, Ray Allen ou Kyrie Irving para chutar a bola final. Mais do que nunca, Lebron será o comandante absoluto do seu time – agora, com uma engrenagem aparentemente mais modesta e coesa ao seu lado.

Não dá para cravar que não vá dar certo ou que é um caminho muito melhor do que o Cleveland vinha traçando. Qualquer pessoa que decrete algo deste gênero agora está chutando. Foram tantas mudanças que é absolutamente imprevisível dizer no que vai dar – especialmente com jogadores de características tão diferentes, com pouco tempo pela frente até os playoffs. E mesmo sem a conhecida ‘panela’, o elenco do Cleveland ainda é bem forte se comparado à maioria da liga. Só não dá para saber se o movimento vai encaixar com a velocidade que a franquia precisa, se o entrosamento vai aparecer logo e se tudo isso será suficiente para colocar o time como postulante ao título.

De tudo, só é de se imaginar que Lebron esteve a par de toda a situação. Afinal, desde que voltou ao time, todas as decisões parecem ser tomadas por ele ou, pelo menos, sob a sua aprovação.

Sem saber muito o que pensar, estou curioso para ver.

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