Sem Kyrie Irving, Boston assume que seu projeto de vitória não é para já

Pedro Brodbeck

(Bob DeChiara/USA Today Sports)

O começo fulminante do Boston Celtics na temporada, mesmo sem Gordon Hayward, que se machucou nos primeiros cinco minutos de temporada, nos enganou. Parecia que, mesmo tendo o elenco mais jovem da NBA, mesmo sem estar completo, o time era um dos favoritos da conferência Leste já neste ano. Especialmente pela habilidade de Brad Stevens em formar um time competitivo com qualquer elenco e pelo talento comprovado de Kyrie Irving, a impressão que dava é que o projeto vitorioso do maior campeão da NBA começaria já. Mas a queda de ritmo do time com o tempo e, agora, a lesão no joelho que tira Kyrie dos playoffs serve para nos lembrar que o plano vitorioso do time é, na verdade, para o futuro.

Se ser campeão da NBA já seria difícil com o time completo, sem Irving e Hayward é uma tarefa impossível. Até passar por Cleveland Cavaliers e Toronto Raptors se torna uma missão inglória. Não dá para alimentar a expectativa de que isso vá acontecer. Terry Rozier se mostrou um cara de qualidade e personalidade, Jayson Tatum é um calouro muito pronto para entregar resultados e Al Horford vem fazendo uma temporada estupenda, mas nada disso é suficiente para retomar o favoritismo da equipe de imediato.

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Sem suas estrelas, o mata-mata deste ano será útil (e muito) para dar rodagem para um time formado essencialmente por garotos. A formação de um jogador é muito mais interessante se ele tem um técnico que entenda bem o roteiro da sua evolução e se ele for exposto a situação que o façam crescer. E isso é o máximo que o Boston Celtics pode tirar de proveito neste ano indo aos playoffs nas condições atuais.

O cenário reforça que a franquia é um projeto de dinastia para o futuro. Kyrie completou 26 anos há menos de um mês, no mesmo dia que Gordon Hayward fez 28. Jaylen Brown tem 21, Rozier e Marcus Smart fizeram 24 há pouco e Tatum completou 20 em março. Além disso, o elenco tem outros quatro calouros que estão ativamente na rotação.

Lógico que é lamentável o que aconteceu com Irving, mas, de certa forma, faz com que a franquia caia na realidade e assuma o seu papel na NBA de hoje. O auge de boa parte desta turma ainda está por vir. Ir bem agora, nesta temporada, é que era surpreendente. O melhor deste elenco ainda está por vir.