Uma final para definir os papéis de Lebron e Warriors na história

Pedro Brodbeck

(MARCIO JOSE SANCHEZ / AP FILE PHOTO)

Começa hoje, às 22h do horário de Brasília, a quarta série final seguida entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers. É a primeira vez na história da liga que dois times se encontram quatro vezes consecutivas no embate final do campeonato. Mais do que em qualquer outra das vezes em que se enfrentaram na final, o confronto desta vez vai ser fundamental para, no futuro, definirmos o papel tanto o papel do Warriors entre os melhores times da história, quanto a grandeza de Lebron James entre os maiores de todos os tempos.

Não é que a série será definitiva quanto a isso – tanto James quanto a franquia rival ainda tem mais lenha para queimar -, mas certamente o resultado deste ano será chave para qualquer discussão sobre a importância de ambos para a história do basquete.

Fazendo um exercício bem abstrato, dá para imaginar que Lebron James se aproximaria significativamente de Michael Jordan caso saísse da série deste ano com mais um anel de campeão, certo? Até porque a discussão, hoje, recai muito sobre os títulos que cada um conquistou, e por mais que Jordan tenha a incrível marca de seis troféus em seis finais, Lebron conseguir dois dos seus quatro títulos pelo Cleveland Cavaliers contra o Golden State seria um feito de mérito justamente comparável.

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Por outro lado, se perder, por mais que seja o mais provável neste momento, uma nova derrota nas finais seria o combustível perfeito para os fãs de Jordan afastá-lo do posto de melhor de todos os tempos.

Por mais que esta seja uma discussão interminável e não muito produtiva, é algo que existe. E um título ou não neste momento e nestas condições seria bastante significativo para ela.

A premissa também vale para o Golden State Warriors. Como o bom senso não está em alta, as duas principais correntes de discussão colocam o time californiano como ou o melhor de todos os tempos ou como só mais um campeão que tivemos por aí. Perder para um Cavs muito mais fraco, na maior diferença que as duas equipes já tiveram de qualidade entre si, seria condenatório para qualquer pretensão de colocar este time no panteão de grandes equipes de todos os tempos.

A vitória, por outro lado, reafirma uma dinastia poderosa. Seria apenas uma das quatro vezes que um time venceria três títulos em quatro anos (os outros foram o Minneapolis Lakers dos anos 50, o Boston Celtics dos anos 50 e 60 e o Los Angeles Lakers dos anos 80).

Sem contar, claro, nos efeitos ainda desconhecidos de uma vitória ou derrota para os dois lados – Lebron tem mais chances de ficar se for campeão? Sai se perder? Há alguma chance dos jogadores do Warriors buscarem novos desafios dependendo do resultado? E tudo isso, claro, vai determinar, depois, o lugar de cada um na história.

É claro que qualquer título é importante para delimitar a grandeza de qualquer time ou jogador, mas aqui nos vemos diante de uma situação única: Lebron James e Golden State são a história do jogo diante dos nossos olhos. Cabe agora, apenas, entendermos o quão gigante cada um é. E o título, que começa a ser decidido logo mais, vai ser crucial para isso.