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Automobilismo para entusiastas

Dream Route: um passeio repleto de puros-sangue. Nada mal para um domingo

Imagine um passeio por belas estradas, sem pressa, sem preocupação com horários, passando por lindas cidades do Sul do país. Agora, imagine-se fazendo isso ao volante de carros exclusivos como Lamborghini, Ferrari, Porsche, McLaren, Mercedes AMG, entre várias outras supermáquinas desejadas. Legal, não é?

Isso existe, mas infelizmente ainda é privilégio para poucos. Se você possui alguns destes puros-sangue, você é mais do que bem-vindo a participar. O Dream Route, evento que existe desde 2015, realizou mais um de seus passeios – o quinto, para ser mais preciso – no final de novembro. De 23 a 26, 50 participantes de cinco países (Brasil, Estados Unidos, Itália, Argentina e Paraguai) desfilaram com 30 carros pelos litorais e regiões serranas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, partindo de Florianópolis rumo a Porto Alegre.

O leitor pode se perguntar: por que passear com máquinas tão potentes em rodovias de velocidade limitada? A resposta é o pote de ouro no final do arco-íris: a chegada acontece no autódromo Velopark, em Nova Santa Rita, a 30 quilômetros da capital gaúcha. Lá, os “pilotos” puderam sentir todo o desempenho de suas máquinas em no track day que fecha o evento.

Mais do que os trechos da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, e a Rota do Sol, na Serra Gaúcha, a pista de 2,2 km de extensão promoveu aos amantes de motores um belo espetáculo de imagens e sons.

Dream Route Octapro Edition teve duas grandes “vedetes”, por assim dizer: a única Ferrari F50 do Brasil, uma das primeiras fabricadas, e a presença do italiano Valentino Balboni, embaixador da Lamborghini e seu principal piloto de testes por décadas.

Além de acelerar o Huracán, Balboni esbanjou simpatia com os convidados e até acelerou carros de outras marcas. “É a segunda vez que venho ao Brasil, a primeira vez para um evento deste tipo. Só tenho a agradecer pela recepção e pela oportunidade de estar aqui”, disse o italiano.

Um dos funcionários mais longevos da Lamborghini, Balboni, 68, foi o responsável pelos testes de todos os carros já fabricados pela marca. E ele tem um preferido. “O Muira, porque foi o primeiro. Eu tinha uma conexão incrível com aquele carro”, afirmou. Hoje embaixador da Marca, Valentino teve até um modelo da Lamborghini com seu nome, o Gallardo LP-550 Valentino Balboni. Não é para qualquer um…

A Ferrari F50 foi o carro que mais chamou atenção. Um dos últimos fabricados com o charmoso e preciso câmbio manual de seis marchas, o carro é um Fórmula 1 carenado. Todo feito em fibra de carbono, motor V12 de 520 cavalos de potência e montagem toda seguindo o padrão F1 – com o motor localizado de maneira central traseira, suspensão ligada à transmissão, tudo na porção final de trás do carro.

E o ronco… O carro não é dos mais confortáveis para quem tem mais de 1,90 metro de altura, mas a velocidade e o som do V12 compensam todo o aperto. Tanto que até Balboni deu suas voltas no mítico concorrente da Lamborghini.

Outro carro que pudemos pilotar no Velopark foi o McLaren MP-4 12C. O modelo, ano 2013, tem pouco mais de três mil quilômetros rodados e pertence a um empresário de Brasília (DF), que o recebeu uma oferta do tricampeão mundial Nelson Piquet, que trouxe dois ao Brasil. Os dois ficaram na capital.

O bólido é praticamente um kart. Com 720 cavalos de potência graças à preparação da McLaren, o carro ganha velocidade a proporções fenomenais e freia um absurdo. Chegamos a assustar o proprietário do carro ao contornar algumas das curvas do Velopark carregando maior velocidade. Seu centro de gravidade é tão baixo, e suas trocas de marcha tão rápidas, que é como se estivéssemos pilotando um kart shifter – mas ele leva um V8 biturbo.

Não se pode negar que foi uma belíssima tarde de domingo.

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