Kevin Love, do Cavaliers, revela ataque de pânico em texto emocionante

'Eu nunca tinha ouvido falar de nenhum atleta profissional falando sobre saúde mental, e eu não queria ser o único', admite

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Na semana passada o ídolo do Toronto Raptors, DeMar DeRozan, admitiu que sofre de depressão. Agora foi a vez de Kevin Love, jogador do Cleveland Cavaliers, abrir o jogo e falar sobre a importância de tratar a saúde mental. 

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O atleta contou sua história para a página The Players Tribune. Segundo ele, tudo começou no dia 5 de novembro, dois dias depois dele completar 29 anos. Durante uma partida, logo após o intervalo do duelo contra os Hawks, ele experenciou algo que nunca tinha sentido antes: um ataque de pânico. 

"Foi do nada. Eu nunca havia tido um antes. Eu nem sabia que isso era real. Mas era - tão real como uma mão quebrada ou um tornozelo torcido. Desde aquele dia, tudo que eu pensava sobre saúde mental mudou", conta.

O jogador conta que começou sentindo o coração mais acelerado que o normal. Depois, teve dificuldades em conseguir respirar, já que o ar parecia grosso e pesado. Ele se lembra do técnico Tyronn Lue gritando alguma coisa sobre defesa, de ter acenado que entendeu com a cabeça mas que na verdade não ouviu muito do que ele disse. "Quando eu levantei para sair do meio dos jogadores eu sabia que não conseguiria voltar a entrar no jogo - literalmente meu físico me impedia". 

 

Love conta que ao perceber que algo estava errado, o treinador foi falar com ele. Mas ele só conseguiu dizer algo como "Volto jajá" e correr para o vestiário. No relato o atleta conta que estava correndo de um lugar para o outro, procurando algo que nem ele sabe ao certo o que era. "Eu só esperava meu coração desacelerar. Era como se meu corpo tentava me dizer 'você está a um passo de morrer'. Eu acabei no chão do vestiário, deitado, tentando recuperar meu ar". 

Depois disso, para ele, tudo é um grande borrão. Alguém dos Cavs o acompanhou para a clínica do clube onde eles fizeram vários testes. Tudo estava em ordem, o que era um alívio. "Mas eu lembro de sair do hospital pensando, 'espera... o que diabos aconteceu comigo?'" O jogador voltou as quadras alguns dias depois e percebeu que estava com medo de descobrirem. 

"Chame de medo ou insegurança - você pode chamá-lo de uma série de coisas - mas o que eu estava preocupado não era apenas minhas próprias lutas internas, mas o quanto era difícil falar sobre elas", admite. "Eu nunca tinha ouvido falar de nenhum atleta profissional falando sobre saúde mental, e eu não queria ser o único", completa. O próximo passo foi procurar um terapeuta.  

Confira o final do texto:

Quero terminar com algo que estou tentando lembrar sobre esses dias: todos estão passando por algo que não podemos ver.

Quero escrever isso novamente: todos estão passando por algo que não podemos ver.

A saúde mental não é apenas uma coisa de atleta. O que você faz para viver não precisa definir quem você é. Esta é uma coisa de todos. Não importa quais sejam as nossas circunstâncias, todos estamos carregando coisas que machucam - e podem nos machucar se as guardarmos enterradas por dentro. Não falar sobre nossas vidas nos rouba de realmente conhecer a nós mesmos e nos rouba a chance de ajudar outros que precisam.

Então, se você está lendo isso e você está tendo um tempo difícil, não importa o quão grande ou pequeno pareça para você, eu quero lembrá-lo de que você não é estranho ou diferente para compartilhar o que está passando. Simplesmente o contrário. Pode ser a coisa mais importante que você faz. Foi para mim.

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