Leônidas da Silva, o Diamante Negro que foi considerado maior que o Pelé

Ninguém possui uma média de gols maior com a camisa da seleção brasileira

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Durante a Copa da França, em 1938 onde a seleção brasileira ficou com o modesto terceiro lugar, ele foi o artilheiro da competição com oito gols. Ganhou cinco campeonatos paulistas, entre 1943 e 1949 sempre jogando em grandes clubes paulistas. Porém foi no tricolor do Morumbi que atingiu o auge de sua carreira.

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Um dos seus mais importantes feitos em campo ocorreu no dia 13 de novembro de 1948, numa partida entre São Paulo e Juventus, no estádio do Pacaembu. Aos cinco minutos do segundo tempo Leônidas da Silva recebeu a bola estando de costas para o goleiro Muniz, que ao se adiantar levou a famosa bicicleta. Foi o terceiro gol marcado num placar de 8 a 0 para o São Paulo. 

O “Homem borracha” como também era conhecido, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de setembro de 1913. Filho de  Maria e Manoel Nunes da Silva, começou  a carreira em  1923, no infantil do São Cristóvão e logo depois em 1929 passou a jogar pelo Sírio Libanês F.C.. No mesmo ano disputou o Campeonato da Liga Brasileira pelo Sul América sagrando-se campeão. Em 1929 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, onde estreou com dois gols.

Em 1931 passou a atuar no Bonsucesso F.C. onde chegou a ser convocado diversas vezes para a Seleção Carioca. Dois anos depois foi para o Peñarol, do Uruguai onde conquistou o vice-campeonato nacional. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, ganhando o campeonato carioca de 1934.

Foi para o Botafogo em 1935, onde se destacou na conquista do bicampeonato carioca. No ano de 1938 foi artilheiro da Copa do Mundo, realizada na França, com oito gols. Curiosamente a seleção brasileira conseguiu sua melhor participação até então, ficando com a terceira colocação. Em 1939 esteve no Flamengo, onde participou do tri campeonato estadual do rubro-negro.

Em 1942 passou a vestir a camisa do São Paulo Futebol Clube, onde chegou a ter dificuldades financeiras devido ao atraso de pagamentos. Mesmo assim deu ao time cinco títulos de Campeão Paulista. Após abandonar os gramados em 1951 foi dirigente do clube, mas encerrou sua vida esportiva sendo um premiado comentarista ganhador de sete Troféus Roquette Pinto.

Durante trinta anos viveu em uma casa para tratamento de idosos, em Cotia, na grande São Paulo, tratamento de um câncer de próstata, diabetes e Alzheimer. Morreu  no dia 24 de janeiro de 2004, sem lembrar de muitas das vitórias obtidas em campo ou dos inúmeros  gols que fizeram a história do futebol brasileiro.

MAIOR QUE O REI

Dentro de campo, seu desempenho foi a antítese do fracasso. No São Paulo foram 144 gols em 211 jogos. O atacante foi cinco vezes campeão paulista. Por crueldade do destino, viu o período de glórias da seleção brasileira como comentarista. Mas seu números o credenciam na seleção: 37 jogos (19 oficiais e 18 não oficiais), 37 gols (21 em jogos oficiais e 16 em não oficiais). Somente em Copas do Mundo, balançou a rede oito vezes em cinco partidas.

Média de gols maior que Pelé (1 contra 0,83 do Rei) e empatada com a de Quarentinha (atacante do Botafogo que defendeu a seleção de 1959 a 1963 e fez 17 gols em 17 partidas). Quando morreu, em 24 de janeiro de 2004, em Cotia, sofrendo de Alzheimer, o ex-goleiro do Palmeiras e adversário de Leônidas, Oberdan Catani, definiu o que foi o Diamante Negro: "Era maior que Pelé".

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