De falta de combustível a incêndio, piloto sofre com percalços do Sertões

Geison Belmont já enfrentou inúmeros problemas nos cinco primeiros dias de competição

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Disputar uma prova como o Rally dos Sertões já é algo que precisa de muita superação, pois é uma verdadeira maratona, com longos deslocamentos, pouco tempo para conserto e alguns imprevistos. Com Geison Belmont, que compete nos quadriciclos, porém, tudo parece que deu errado de uma vez só. O cara já ficou sem combustível, teve problema na tração, se acidentou e ainda perdeu seu motorhome, que pegou fogo nos primeiros dias de prova.

"No prólogo, até que andamos bem, mas eu preferi ser mais moderado, para não correr o risco de botar tudo a perder logo no primeiro dia. Mas logo que voltamos, tivemos um problema no motorhome. A parte elétrica entrou em curto e teve um princípio de incêndio. Eu estava tomando um banho e percebi uma fumaça. Eu chamei todo mundo e tivemos que correr bastante para resolver tudo. Desmontamos tudo e finalmente conseguimos conter o fogo", disse ele, que continuou: "Com isso, a gente perdeu a nossa casa e o carro de carga. Ficamos só com a caminhonete para poder continuar o rali e tivemos que correr atrás de hotel. Deidimos dividir a equipe e duas pessoas voltaram para São Paulo para buscar uma van, ir para Goiânia buscar as coisas que ficaram no motorhome e trazer para a gente, mas só conseguiram chegar na terça".

 

 

Geison, de 37 anos, que está em seu quarto Sertões na carreira, nunca tinha passado por algo parecido, com tanta falta de sorte com seu equipamento: "Na primeira etapa, o apoio não conseguiu chegar a tempo na área de abastecimento, eu peguei um pouco emprestado, mas infelizmente ficou faltando e eu não completei a etapa. Faltaram 13 km. No terceiro dia, larguei atrasado porque tive um problema com o nosso sistema de navegação. Saí seis minutos atrasados e o quadri ainda ferveu logo depois. Além disso, arrisquei em uma lombada e fui ejetado do veículo. Eu voei por cima, bati com o queixo no guidão e tive que me virar para voltar, porque ele continuou em movimento".

 

 

Apesar das coisas não acontecerem como o piloto espera, ele confia que tudo vai melhorar na fase final do rali: "A gente fica tenso quando as coisas começam a dar errado, mas vamos tentar mudar a logística e continuar, pois o meu foco está no Campeonato Brasileiro, onde estou com 40 pontos de vantagem para o segundo colocado. As cinco primeiras etapas daqui valem para lá. Nos últimos dias, eu posso arriscar tudo", explicou o atleta da Meikon Rally Team, que atualmente está em quinto em sua categoria dentro do Sertões.

 

 

Questionado sobre se valia a pena continuar se arriscando com esse tanto de problema, Geison ressaltou que esse desafio faz parte dos competidores de quadriciclo. "Tem gente que fala que o quadriciclo tem, junto, os defeitos do carro com os defeitos da moto. É difícil você ter uma segunda chance. Quando você erra, não te perdoa. A gente gosta de natureza, velocidade, perigo e superação. Quem está no quadri é porque gosta do pior mesmo", completou, se divertindo com os percauços do destino.

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