Jogadora transgênero de vôlei lembra preconceito: 'as pessoas iam embora'

Isabelle Neris participou de programa de TV e falou sobre os oito anos de tratamento hormonal para poder atuar

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A jogadora de vôlei transgênero Isabelle Neris, que ganhou autorização da Federação Paranaense de Vôlei para poder atuar entre as mulheres, no Voleiras, equipe de Curitiba (PR), disse em entrevista ao canal SporTV que sofreu grande preconceito durante o tempo desde que optou por treinar e jogar em equipes femininas. Mesmo sem a operação de mudança de sexo, ela já atua normalmente ao lado das companheiras.

''Várias vezes, inúmeras vezes cheguei para jogar e pessoas iam embora. Falavam: 'Se ela vir jogar, não vou jogar'. Foram situações bem constrangedoras. Falavam: 'Seu lugar não é aqui, o que você está fazendo aqui com a gente?', revelou.

Segundo Isabelle, que contou ter se apaixonado pelo vôlei em um projeto mantido pelo técnico Bernardinho, foram oito anos de tratamentos hormonais. "'Quando quis dar continuidade, tentei fazer testes para jogar com naipe masculino, só que era nítido que meu nível técnico, a minha força, não era para o masculino", contou ela.

A jogadora também revelou ter se inspirado no caso da primeira brasileira transexual que foi autorizada a jogar vôlei entre as mulheres, mas na Itália, Tiffany Abreu, história que o Fera também contou para você. Hoje, ela atua pelo Gollem Volley, equipe da cidade italiana de Palmi.

''Ela foi minha inspiração. Na semana que vi a notícia que ela conseguiu a liberação pela Federação Internacional de Vôlei, eu estava pensando em desistir já. Era como dar murro em ponta de faca. E ela mandou uma mensagem muito bacana pra mim. Falou: 'Não desista. Se é o que realmente quer, vá atrás'.

No mesmo programa, que debateu o preconceito no Esporte, o repórter Abel Neto disse que já sofreu ofensas racistas em estádios brasileiros.

Assista aqui a trecho da entrevista de Isabelle Neris.

 

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