Não dá pra vencer o Warriors quando Curry e Durant jogam tão bem

Pedro Brodbeck

Kelley L. Cox, USA Today Sports/Reuters

O Golden State Warriors não é ‘apenas’ um time excelente. Não é só uma equipe com um modelo de jogo que funciona perfeitamente com as características individuais de seus atletas, com um técnico brilhante e com jogadores completos na defesa e no ataque. Fosse só isso, seria um franco favorito ao título, mas não teria o status de imbatível. O que rende (e confirma) toda essa fama de insuperável ao Warriors é ter Kevin Durant e Stephen Curry defendendo a mesma franquia. É simplesmente impossível vencer o Golden State quando Stephen Curry acerta absurdas nove bolas de três (um recorde para as finais da NBA) e Kevin Durant faz 10 cestas de apenas 14 tentadas.

Nenhuma dupla da liga consegue aliar um volume tão alto de produção com um aproveitamento tão insano. Via de regra, é uma coisa ou outra. Mas Steph e KD, na quantidade e qualidade que pontuam, quebram qualquer esquema – ainda mais que o do Cleveland Cavaliers não é lá dos melhores. O resultado, na melhor das hipóteses, é um jogo duro, mas com uma confortável vantagem ao longo dos quatro períodos como aconteceu ontem. Desta forma, depois do susto da primeira partida, o Golden State deixou a sua marca para vencer o segundo jogo com uma certa tranquilidade.

O ataque do Golden State se aproveitou da tática defensiva do Cleveland de trocar absolutamente todas as marcações. Este tipo de defesa, em tese, diminui os espaços para os chutadores – que o Warriors tem aos montes. Por outro lado, resulta em confrontos individuais desequilibrados (os ‘mismatches’, uma palavra da moda). Curry e Durant, principalmente, tiraram vantagem disso.

Com a movimentação no ataque do GSW, frequentemente Kevin Love caia para marcar Stephen Curry no perímetro. O ala-pivô do Cavs já não é um primor na defesa do garrafão. Naturalmente é ainda pior quando tem que marcar um jogador mais habilidoso e ágil fora dele. Assim , Curry quis tirar vantagem disso e chutou tudo que podia de fora. Ao todo, foram 17 tentativas (é um caminhão de vezes, em toda a história da liga, só 50 vezes arremessaram tantas vezes da linha dos três). E nove delas caíram (o que também é muito).

De outra forma, Durant também fez valer as trocas de marcação do Cavs, principalmente no começo do jogo, quando sobrou algumas vezes no post contra JR Smith ou George Hill. Se com extraoficiais 2,16m o ala já é praticamente imarcável contra qualquer um, imagine quando seu defensor é um armador de 1,88m ou um ala de 1,98m que não é um exímio marcador. Durant, óbvio, acertou quase tudo que tentou (começou a partida com 6-7 de aproveitamento nos chutes).

Jogar contra o Golden State Warriors é uma tarefa inglória. Fica ainda mais complicado quando Durant busca os caminhos mais fáceis (coisa que não aconteceu na primeira partida entre os dois times, na quinta-feira). E se torna impossível quando, além disso, Stephen Curry resolve que será o MVP das finais a qualquer custo.

E se o Warriors conseguir emplacar esse jogo mais duas vezes nas próximas cinco partidas, será, mais uma vez, campeão da NBA.