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O Cleveland Cavaliers terá outra oportunidade como a do jogo 1?

(Kyle Terada/USA TODAY)

Deixando o erro de George Hill no último lance livre do tempo normal, a gafe de JR Smith em pegar o rebote ofensivo e não arremessar e a desatenção de Ty Lue em não pedir tempo quando poderia, o Cleveland Cavaliers teve um jogo impecável. Surpreendentemente tão eficiente quanto o do rival Golden State Warriors – algo que era inimaginável nesta série. Foi uma oportunidade única que se perdeu ou há alguma chance da equipe repetir a dose?

No que depender de Lebron James, eu não tenho dúvidas que, se não todos, boa parte das partidas restantes da série vão contar com um desempenho tão dominante quanto o de quinta-feira. Fazer 51 pontos em uma final é um feito e tanto, mas não me surpreenderia se Lebron entregasse mais um par desses daqui pra frente.

Lebron foi magistral – e deve continuar sendo – nas trocas de marcação feitas pelo Golden State para tentar marcá-lo. Em praticamente todas as jogadas James foi perfeito no diagnóstico de qual a melhor atitude a se tomar contra o marcador da vez: massacrou Stephen Curry, obrigou Kevin Durant a grudar em seus colegas, deixou os pivôs para trás e distribuiu a bola quando Draymond Green tentou pará-lo. Enquanto tiver fôlego, vai continuar fazendo isso.

O problema não é ele repetir este desempenho, mas o resto das coisas funcionarem como no primeiro jogo. Foi uma soma de fatores: a defesa do Golden State Warriors não funcionou, o ritmo do jogo foi lento, Cleveland conseguiu recuperar 19 rebotes ofensivos (15 a mais do que o rival) e Kevin Durant teve um aproveitamento medonho nos chutes.

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É uma combinação improvável de fatores. Dada organização característica do Warriors e a falta de inspiração típica do Cavs, é difícil que eles se repitam. Perder um jogo destes foi um vacilo imperdoável do Cleveland.

Por outro lado, Kevin Love esteve muito mal nos chutes de fora – bem abaixo da sua média, mesmo nos piores momentos -, as trocas do Cleveland para marcar Stephen Curry foram absolutamente ineficientes, especialmente quando colocavam algum dos seus pivôs ou alas maiores para marcá-lo, e a defesa coletiva do Cavs continuou sendo a mesma piada de sempre, sem muita luta e sem inteligência. Logo, se corrigir uma coisa ou outra, se conseguir melhorar minimamente em algo que a princípio já foi muito mal e não seria difícil ter uma performance levemente superior, as chances de vitória aumentam.

Dificilmente o Cleveland terá uma oportunidade tão boa como a do primeiro jogo. Ao mesmo tempo, tem o que melhorar. A chance desperdiçada foi única, mas a diferença entre os times parece não ser tão brutal quanto parecia. O Golden State Warriors é suficientemente melhor do que o Cleveland Cavaliers para ser campeão, mas não para fazer isso sem qualquer risco de dar uma zebra.

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