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Neto de Fittipaldi confirmado na Indy. É o melhor caminho?

A confirmação, nesta terça-feira (6) de que Pietro Fittipaldi correrá sete das 17 provas do calendário da Fórmula Indy, reacendeu a discussão sobre qual é o melhor caminho para se chegar à Fórmula 1. O neto de Emerson Fittipaldi assinou com a Dayle Coyne e disputará, entre as sete etapas, as 500 Milhas de Indianápolis, exatamente 25 anos depois da última vitória de seu avô no lendário oval norte-americano.


É uma virada de 180 graus em relação ao que o jovem de 21 anos vinha tentando. Campeão da World Series, o caminho natural para Pietro era a disputa da Fórmula 2, degrau imediatamente abaixo da Fórmula 1. Ele ainda tinha outras opções, como o FIA WEC, onde fez um bom teste pela Porsche. Embora os alemães tenham abandonado a classe LMP1, isso não quer dizer que não haveria vaga para o brasileiro; Fittipaldi também foi muito bem no teste de novatos da Fórmula E em Marrakesh, onde andou com a Jaguar.

De repente, um teste em Sonoma com o novo carro da Indy, como ele mesmo definiu, uma surpresa. Alguns dias depois, a confirmação de que fará parte do campeonato, aumentando o número de brasileiros para quatro na categoria. Tony Kanaan e Matheus Leist disputarão toda a temporada, com Pietro fazendo sete provas e Hélio Castroneves disputando o GP de Indianápolis e também as tradicionais 500 Milhas.

De fora, a análise é um tanto mais simples. A Fórmula 2 é um verdadeiro moedor de carne. E nem mesmo ser campeão no degrau abaixo garante uma vaga na F1. A qualidade do grid é fortíssima, com vários pilotos que fazem parte de programas de desenvolvimento dentro da Fórmula 1. A julgar pelo desempenho demonstrado em sua campanha na Fórmula 3 Europeia em 2015, quando foi apenas 17º colocado no campeonato pilotando pela Fortec, uma das forças do grid, a escolha pela Indy se mostra acertada.

Claro, Pietro se desenvolveu muito nos dois anos seguintes. Lembrando que ele não passou pela escola fundamental do automobilismo, que é o kart. Começou andando em ovais com carros de menor cavalaria em séries menores dentro da NASCAR, e só depois atravessou o Atlântico para os fórmulas. Foi campeão da Fórmula 4 e da Fórmula Renault britânicas em 2014, e levou o título do ano passado na finada World Series.

Bobo, Pietro não é. Tem todas as qualidades de um bom piloto. Jovem, e com a opção por encarar entre um F-2 e um Indy, claro que a segunda opção é mais atraente por já se tratar de uma categoria top com boa variedade de pistas. E dependendo do orçamento disponível, a escolha pela Indy fica evidente.

Fittipaldi sabe, no entanto, que suas chances de chegar à F1 ficam drasticamente reduzidas. Fazer parte de uma temporada para no ano seguinte retornar à Europa para fazer a F2 parece estar fora dos planos. A experiência em um carro mais potente, de categoria top, aliada a bons resultados, pode sim ajudar Pietro a escavar novamente o caminho para a F1. Exemplos disso existem.

Mas ele vai ter de demonstrar excelentes resultados tendo a desvantagem de correr em um grid que fará dez corridas a mais no ano.

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