Casos de racismo aumentam 43% no futebol inglês na temporada 2018-19

'Futebol reflete a sociedade em que ele é jogado e assistido', afirma chefe da ONG responsável pelo levantamento

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A ONG Kick It Out, que promove a igualdade e a luta contra a discriminação no futebol inglês, divulgou seu levantamento anual de quantos casos de racismo foram denunciados na temporada 2019-20. E o resultado é desanimador: o número de incidentes foi 43% maior que na temporada 2017-18.

No total, os casos de racismo nos estádios saltaram de 319 em 2017-18 para 422 em 2018-19. De acordo com a BBC, é o sétimo ano consecutivo em que há aumento nestes números. Se juntarem com os problemas da internet, os casos foram 581. 

Ofensas com base religiosa, como antissemitas ou islamofóbicas, foram de 36 para 63 (aumento de 75%). As relacionadas a orientação sexual, de 61 para 68 (aumento de 12%). A discriminação de gênero permaneceu em oito casos.

“O futebol reflete a sociedade em que ele é jogado e assistido, e esses números infelizmente não são surpreendentes. O fato de que relatos de racismo cresceram 43% claramente mostra o trabalho gigantesco que todo o futebol ainda precisa fazer para enfrentar isso. Em 2019, precisamos fazer a pergunta: o que podemos melhorar e o que não está funcionando?” questionou Roisin Wood, chefe da Kick It Out, durante entrevista à BBC.

Ela ainda relacionou o crescimento com o momento político vivido pelo país. “Eu acho que não dá para separar as duas coisas. Estamos vendo muitos relatos de ‘volte para onde você veio’, o que não víamos há algum tempo e que parecem ser puxados pelo Brexit”, disse, em conversa com o jornal The Guardian.

Na Inglaterra, casos de racismo contra jogadores como Aubameyang, do Arsenal e Sterling, do Manchester City, se tornaram notórios na última temporada. Este último vem tentando liderar uma reação ao problema, com mais denúncias e posicionamentos.

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