Chefe da polícia na tragédia de Hillsborough passará por novo julgamento

David Duckenfield cometeu diversos erros que levaram à morte de 96 torcedores do Liverpool em 1989; julgamento em abril foi inconclusivo

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A tragédia de Hillsborough, ocorrida em 1989 e que vitimou 96 torcedores do Liverpool em um jogo da Copa da Inglaterra marcou para sempre a história do futebol inglês. Agora, um dos responsáveis por ela passará por um novo julgamento: David Duckenfield, chefe da polícia naquele dia.

Duckenfield era o superintendente da polícia do condado de South Yorkshire, onde está Sheffield, cidade onde o jogo entre Liverpool e Nottingham Forest pela semifinal da Copa da Inglaterra ocorreria.

Ele foi acusado de 95 homicídios por ter cometido diversos erros naquele dia, liberando a entrada de mais gente em um setor que já estava superlotado. As pessoas começaram a pressionar a grade, que era reforçada pelo medo da violência dos hooligans e não cedeu. Dessa forma, 96 torcedores do Liverpool que foram ao jogo no estádio de Hillsborough faleceram - um morreu um ano após o acidente e não entrou na acusação.

Duckenfield passou por um julgamento em abril de 2019, mas, após nove semanas e 29 horas de deliberação, o júri popular não conseguiu chegar a uma conclusão e a corte foi dispensada. Agora, o juiz Sir Peter Openshaw autorizou a realização de novo julgamento, apesar da resistência dos advogados do acusado.

Dez famílias dos mortos estavam presentes na corte no anúncio de Duckenfield passará por um novo julgamento. "Eu não queria um novo julgamento em abril porque estava emocionalmente acabado. Mas agora que temos a decisão, eu a apoio e apoio as famílias. Espero um resultado diferente da próxima vez e que todos nós possamos continuar nossas vidas", afirmou Steve Kelly, que perdeu o irmão Michael na tragédia.

Duckenfield tem 74 anos atualmente. Ele se aposentou em 1991, dois anos após a tragédia. O Liverpool, contudo, tornou a frase 'Justice for the 96' (Justiça para os 96) um lema do clube e seguiu buscando o reconhecimento de que os torcedores não foram culpados pela tragédia, como foi acusado pela polícia e por jornais ingleses inicialmente, e a prisão dos verdadeiros culpados.

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