FERA DO PASSADO: Maestro Júnior, ídolo e recordista em jogos pelo Fla

Craque vestiu a camisa rubro-negra mais de 800 vezes e ganhou cinco Campeonato Brasileiros

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Quando pensamos em um ídolo do Flamengo a primeira imagem que vem à cabeça é a de Zico, mas não podemos nos esquecer de outro grande craque que vestiu a camisa rubro-negra: o maestro Júnior. Se hoje o time tem dificuldade para encontrar um titular para a lateral-esquerda, durante mais de dez anos a posição teve um dono: Leovegildo Lins da Gama Júnior. Depois de uma passagem pelo futebol italiano, ela ainda voltou a vestir a camisa do Flamengo e se tornou o jogador que mais jogou pelo Flamengo, disputando 876 jogos, contra 732 de Zico, o segundo colocado.

Nascido em João Pessoa, na Paraíba, Júnior desembarcou na cidade Rio de Janeiro ainda criança, criando o hábito de jogar futebol na orla carioca. Foi assistindo a uma dessas peladas que o então técnico da base do Flamengo, Modesto Bria, o convidou para fazer testes entre os jovens rubro-negros.

Em apenas um ano nas categorias de base, teve sua primeira oportunidade entre os profissionais. Atuando como lateral-direito, estreou em 1974 e foi um dos desataques do time no Carioca daquele ano. Dois anos após sua profissionalização, uma mudança definitiva marcaria sua carreira. O treinador Cláudio Coutinho improvisou Júnior na lateral-esquerda e nesta posição ele se mostrou um jogador muito mais útil ao time. Ambidestro e com uma técnica diferenciada, ele chegou a atuar ainda como meio-campista.

Com o Flamengo, Júnior ganhou tudo o que tinha direito. Entre as conquistas mais marcantes estão a Libertadores da América (1981) e o Mundial de Clubes daquele mesmo ano, além de cinco Campeonatos Brasileiros (1980, 1982, 1983, 1987 e 1992), este último já bem mais velho, após passar cinco anos na Itália, onde atuou pelo Torino e Pescara.

No Torino, chegou para a temporada de 1984/1985, para ser o craque do time em busca de resgatar os momentos áureos da década de 1940, quando o clube conquistou quatro títulos italianos, antes do desastre aéreo de 1949, em que 31 pessoas morreram, quase todo o plantel da equipe de Turim. 

Com a camisa 5 foi eleito o melhor jogador do campeonato numa época em que brilhavam astros como Maradona, Platini, Rummenigge, Falcão e Zico. O time por pouco não faturou o scudetto. Terminou a temporada em segundo lugar, a quatro pontos do campeão, o Verona, que tinha como destaques o alemão Briegel, o dinamarquês Elkjaer e o italiano Di Gennaro. Nas 30 partidas, o time obteve 14 vitórias,11 empates e apenas cinco derrotas. 

Júnior não conseguiu manter o mesmo desempenho na temporada seguinte e em 1987 foi jogar no Pescara e se tornou o primeiro estrangeiro a vestir a camisa do clube. Mas no ano seguinte, o Pescara foi mal na campanha do Italiano e acabou rebaixado. Júnior decidiu voltar para o Brasil e para o Flamengo, onde jogou até 1993. 

Com a seleção brasileira, disputou a Olimpíada de 1976, em Montreal, no Canadá. Depois, passou a ser presença constante na seleção principal de 1979 até 1992, período no qual disputou as Copas de 1982, na Itália e 1986, no México, sob o comando do técnico Telê Santana.

Júnior ainda voltou ao Flamengo para ser treinador em duas oportunidades. A primeira, entre 1993 e 1994, e a segunda em 1997, para substituir Joel Santana. Comandou também a equipe do Corinthians em 2003, mas após três rodadas, entregou o cargo. Aos 63 anos, trabalha como comentarista esportivo e ainda mostra sua classe com a bola nos pés em jogos festivos. 

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