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O jogo entre França e Turquia, pelas qualificatórias da Eurocopa 2020, ganhou contornos políticos após a invasão de tropas turcas à cidade estratégica dominada por curdos na Síria, ainda na sexta-feira, seguida por gesto militar coletivo dos jogadores em comemoração à vitória nos acréscimos contra a Albânia. A Uefa anunciou que pretende examinar o episódio.
As seleções entram em campo às 15h45 (horário de Brasília), no Stade de France, em Paris, em meio a forte esquema de segurança. Autoridades temem confrontos nos arredores do estádio, nas arquibancadas ou mesmo no gramado, caso ocorram novas manifestações. Há previsão de público de 78 mil pessoas, incluindo 3,8 mil torcedores turcos. As informações são do canal público Rádio França Internacional (RFI).
Ay-Yıldızlılar, galibiyeti kahraman Mehmetçiklerimizle şehit olan askerlerimiz ve vatandaşlarımıza armağan etti. pic.twitter.com/NNZKlnnWga — Milli Takımlar (@MilliTakimlar) October 11, 2019
Diversos políticos franceses utilizaram a hashtag #AnnulationMatchFranceTurquie nesta segunda-feira, pedindo a anulação da partida. "Não é decente para nós abrirmos o Stade de France para aqueles que saudaram o massacre de nossos aliados curdos", escreveu no Twitter o líder do partido de centro-direita UDI, Jean-Christophe Lagarde. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, desistiu de comparecer ao jogo, noticiou mais cedo a Reuters.
Por outro lado, os treinadores das equipes relativizaram a questão e pediram aos torcedores que deixem a questão política fora do jogo. "Existem problemas geopolíticos, mas acredito que eles não terão consequências na atmosfera da partida. Estamos no campo do esporte", disse o técnico francês, Didier Deschamps. "Não gostamos de guerra e não queremos que essa discussão entre no jogo. É claro que encorajamos nossos soldados que estão lá, mas sou contrário a qualquer tipo de violência", afirmou o treinador da seleção da Turquia, Şenol Güneş.