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Você provavelmente o conhece pelo gol que marcou na Olimpíada de 1996 e eliminou o Brasil do torneio de futebol, mas ele é muito mais do que isso. O nigeriano Nwankwo Kanu, contudo, é muito mais que "perigoooooooooso", como narrou Galvão Bueno: ele também é generoso e, com a fundação que criou, está salvando a vida de crianças com problemas cardíacos da África.
O atleta, ex-Arsenal, Inter de Milão e Ajax, teve ele mesmo um defeito na artéria aorta, que poderia tê-lo impedido de jogar. Detectado em 1996, diversos médicos recomendaram a Kanu que parasse, mas uma cirurgia feita nos Estados Unidos permitiu que continuasse no futebol. Em 2000, criou a fundação que leva seu nome. "Eu sei pela dor que passei como adulto, então imagine como é para crianças. É difícil para elas lidar com a dor", relatou ao jornal inglês The Guardian.
O ex-atacante resume o trabalho realizado. "Fizemos parceria com hospitais, realizamos check-ups, falamos com os pais, as educamos ao mesmo tempo em que as levamos a outros países para fazer operações. A meta da nossa fundação é construir nossos próprios hospitais do coração na África, começando pela Nigéria. Faria tudo mais fácil", estabelece.
Kanu sabe o número exato de crianças que a fundação ajudou. "Salvamos 542, mas queremos continuar fazendo isso. Essa semana, quatro pacientes foram para o Sudão e ouvimos que as operações tiveram sucesso e outras seis estão prestes a ir também", conta.
Uma das crianças que Kanu ajudou foi devido a um pedido desesperado: em 2000, uma mãe foi até o hotel onde a seleção nigeriana estava hospedada para a disputa da Copa Africana de Nações e suplicou a ele para que ajudasse a filha, então bebê. Kanu prometeu que a garota, chamada Eniton, seria uma das primeiras operadas, e de fato foi, em Londres, Hoje, Eniton estuda na Universidade de Lagos, com ajuda de Kanu para pagar as mensalidades.
"Como jogador de futebol, você conquista troféus, o que é bom. Mas isso é muito mais", afirma.