Pep Guardiola lê manifesto em favor da independência da Catalunha

Natural da região, ex-jogador e treinador do Barcelona pede apoio internacional à separação da província

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Após o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciar, na última sexta-feira, 9, a realização de um referendo para oficializar a independência da região, um dos principais representantes da província se tornou grande porta-voz da causa. 

Neste domingo, 11, Pep Guardiola leu um manifesto diante de mais de 30 mil pessoas em Barcelona pedindo que "democracias da Europa e ao redor do mundo fiquem do nosso lado enquanto defendemos nossos direitos de liberdade, expressão política e nosso direito de votar". 

 

"Votemos, ainda que o Estado espanhol não queira. Não temos outra saída: a única resposta possível é votar", disse o treinador do Manchester City em inglês, catalão e castelhano em frente ao Palácio Nacional de Montjuïc, em Barcelona, em evento com o lema "Referendum es democracia". 

Nascido em Santpedor, na Catalunha, Pep Guardiola foi revelado pelo Barcelonae e jogou pelo clube entre 1990 e 2001, onde acumulou 472 jogos, dez gols e 19 títulos. Depois de se aposentar, começou sua carreira como treinador também nos blaugranas. Ele ficou no Camp Nou de 2008 a 2012 e conquistou 14 dos 18 campeonatos que disputou

 

DISPUTAS E CONSULTAS PELA INDEPENDÊNCIA CATALÃ

A previsão do governo catalão é que o referendo seja realizado em 1º de outubro. No entanto, a Espanha prometeu interromper a votação alegando ser inconstitucional, já que afetaria todos os cidadãos do país. 

No quesito esportivo, há um temor de ambas as partes sobre o Campeonato Espanhol. Isso porque, caso a Catalunha conquiste a independência, o Barcelona e o Espanyol ficariam de fora do torneio, conforme declarou o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas. “A lei é muito clara. Caso a Catalunha se torne independente, o Barcelona deixará de jogar no campeonato espanhol. Os únicos clubes não espanhóis que podem competir são os clubes de Andorra."

De acordo com um instituto governamental da província citado pela agência AFP, mais de 73% dos catalães são a favor da realização do referendo, se baseando no plebiscito realizado pela Escócia em 2014, que retirou o país do Reino Unido. Uma pequena maioria, porém, se opõe à independência, 48,5% contra 44,3%, segundo o mesmo levantamento. 

Em novembro de 2014, o Executivo regional organizou uma "consulta" simbólica, proibida por Madri, sobre a separação. À ocasião, participaram 2,3 milhões dos 6 milhões de eleitores possíveis e oito em cada dez cidadãos votaram a favor da secessão. 

Por esta eleição, o então presidente catalão Artur Mas foi acusado de desobediência e condenado a ficar dois anos inelegível a qualquer cargo público. /COM INFORMAÇÕES DAS AGÊNCIAS EFE E AFP

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