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O técnico Edgardo Bauza tem uma carta na manga que até Tite já assumiu cobiçar: contar com Lionel Messi em seu time. Em entrevista à agência AFP, o treinador disse se imaginar "levando a taça da Copa do Mundo ao Papa Francisco, com Messi de capitão".
Como é ser treinador da Argentina e, principalmente, de Lionel Messi?
É algo muito importante, porque, na Argentina, somos fundamentalistas da seleção. Eu convivo com a pressão, porque aqui temos que ganhar sempre e às vezes nem assim diminuem as críticas, porque tem que jogar bem e algumas vezes não se alcança isso. E ter Leo Messi não é pressão, é uma vantagem.
A Argentina precisa de Messi feliz?
O jogador de futebol é feliz quando joga uma partida e ganha, mas passa por etapas onde não está tão feliz. Eu o vejo feliz no Barcelona, junto de sua família e tudo. Obviamente que se Leo está contente, seu rendimento pode ser melhor.
Conta a lenda que Pep Guardiola, ex-treinador do Barcelona, disse que nunca se pode tirar Messi de campo, você concorda?
Ele não gosta de sair, quer estar em campo sempre. Inclusive essa é uma das coisas que mais o pressiona: quer jogar sempre e não quer descansar nunca. Isso parte de sua personalidade.
Por que você acha que ainda não foi renovado o contrato de Messi com o Barcelona?
Não quero me meter nesse tema. Com certeza, o que ele decidir será o melhor para ele. Jogue no Barcelona, no Manchester City, onde seja, para mim, será o mesmo. O importante é que a decisão seja dele. Me interessa que ele jogue e nada mais.
Como vê Messi qualitativamente na história?
Eu o vejo como um dos melhores da história do futebol. Por isso vamos batalhar para chegar à final da Copa do Mundo e ganhá-la. Isso terminaria de catapultá-lo entre os melhores. Há alguns que se atrevem a dizer que não é o melhor porque nunca ganhou nada pela Argentina. E não é assim. Querem compará-lo a Diego Maradona, mas ele jogava outro tipo de futebol.
O que você acha das críticas contra Sergio Agüero e Gonzalo Higuaín na seleção?
Creio que nós argentinos somos muito exigentes e que julgamos apenas pelo resultado. O argentino é assim, fanático e duro.
Por que não convocar Mauro Icardi (da Internazionale)?
Hoje, o titular é Higuaín e também há o Lucas Pratto (do São Paulo). Em qualquer momento, chegara a vez de Icardi. Estamos o acompanhando assim como acompanhamos a outros.
Dói saber que Maradona te chamou de traidor por se reunir com Icardi?
As palavras chegaram a mim, mas não doeram. Diego é um pedaço da história da seleção e pode pensar e dizer o que quiser. Não vou contestá-lo.
O futuro da seleção é o jogador da Juventus Paulo Dybala?
Acho que ele já está quase consagrado. Pela sua juventude, pode terminar de se consagrar no próximo Mundial.
Como vê a Di María, estrela do PSG?
O vejo contente no clube. Saiu de uma fase em que era difícil fazer gol e isso lhe vai dar tranquilidade, que é o que necessita. Ele, com tranquilidade, pode nos dar muitas coisas.
O que acha do momento atual do futebol argentino, com clubes quase quebrados e com um torneio que não começa?
O problema do futebol argentino não atrapalha a seleção. Não a está contaminando. Cerca de 90% dos jogadores estão no exterior, em clubes de primeira linha.
Vai pedir ajuda ao Papa Francisco para ganhar a Copa do Mundo?
Não, ajuda não vou pedir, porque ele já tem problemas demais. Mas me imagino levando a taça da Copa do Mundo e dando na mão dele, com Messi de capitão. Não me imagino nessa profissão se não sonho em ser campeão.