Vítima de racismo na Itália, ganês desabafa: 'Fui tratado como criminoso'

Sulley Muntari abandonou o campo após ser insultado por cânticos da torcida adversária

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Na última semana, o meia Sulley Muntari foi manchete nos jornais de todo o mundo. O motivo? Mais um caso de racismo no futebol. Ele, porém, diferente da maioria, se mostrou indignado com o fato e decidiu deixar o campo durante o jogo entre o seu Pescara e o Cagliari, fora de casa. O pior: o juiz da partida, Daniele Minelli, ciente dos cânticos racistas cotra o atleta, simplesmente não o defendeu e ainda o expulsou de campo. Depois de muita discussão, a corte do futebol italiano decidiu cancelar a punição ao africano, que, aliviado, resolveu desabafar.

"Os últimos dias foram muito difíceis para mim. Eu me senti irritado e isolado. Eu fui tratado como um criminoso. Como eu poderia ter sido punido quando eu fui a vítima do racismo? Espero que meu caso ajude outros jogadores a não sofrerem como eu. Espero que isso seja um ponto de virada na Itália e mostre ao mundo o que significa lutar por seus direitos. Foi uma importante vitória para mandar uma mensagem que não há lugar para racismo no futebol, nem na sociedade em geral", disse ele, ao site da FIFPro, o sindicato mundial dos jogadores profissionais.

Ao longo da semana, Muntari ganhou o apoio de figuras importantes no mundo dos esportes, como por exemplo Luca Lotti, ministro do Esporte da Itália. Segundo a Sky Sport Italia, o político solicitou uma reunião com o jogador do Pescara. Até mesmo a ONU se manifestou sobre o ocorrido, que ganhou mais repercussão pela ação do árbitro do que realmente o racismo.

Enquanto Muntari foi punido e só agora se vê "livre", o Cagliari não foi punido pelo comportamento de sua torcida. A alegação do tribunal foi a quantidade de torcedores que protagonizaram os gritos racistas. De acordo com os relatórios, os cantos eram realizados por cerca de 10 torcedores, o que corresponderia a menos de 1% do público no estádio.

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