Relacionadas
Até o ano passado, Craig Telfer disputava provas de atletismo entre os homens. Em 2019, a velocista mudou de gênero e passou a competir com as mulheres. Aos 21 anos, a atleta venceu no último domingo uma prova dos 400m com barreiras na divisão II do campeonato universitário de atletismo dos Estados Unidos.
Representando a universidade de Franklin Pierce, de New Hampshire, Cece Telfer é a primeira velocista trans a competir no torneio universitário. Sua participação e vantagem física tem sido alvo de inúmeros debates, ainda que a entidade que organiza as competições dos jovens permita a participação de atletas transgêneros.
En el centro de la imagen, Cece Telfer. Atleta trans universitaria. Esta foto recorrió medios de ultraderecha y páginas, foros, publicaciones y perfiles radfem transmisóginos. Todas señalando las diferencias físicas y usando el mismo titular: «no es justo». pic.twitter.com/oxSfISq10I — Alana Portero (@VelvetMolotov) May 27, 2019
De acordo com a NCAA (federação que organiza as competições universitárias), a única obrigação para jovens que estejam fazendo a mudança de gênero é que tenham completado um ano de tratamento hormonal para atingir o nível de testosterona aceitável.
"Telfer é a primeira atleta-estudante da história de Franklin Pierce a colecionar um título nacional individual", anunciou a universidade. A velocista também ficou em quinto lugar nos 100 metros com barreiras.
Yet another grave injustice to so many young women who trained their entire lives to achieve excellence. Identify however you want, to each his own, but this is too far and unfair to so many.
Biological Male Is Top-Ranked NCAA Women’s Track Star. https://t.co/4YqNcVLMSF — Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) 26 de fevereiro de 2019
Em abril deste ano, o filho do presidente Donald Trump comentou em seu Twitter a participação da atleta no torneio universitário. "Outra grave injustiça para tantas jovens mulheres que treinaram suas vidas inteiras para alcançar a excelência. Identifique-se como quiser, mas isso vai longe demais e é injusto com muitos", escreveu.
Esse não é o primeiro caso de jovens atletas que mudam de gênero e passam a competir por outra categoria. Em 2010, Kye Allums fez a transição para o sexo masculino e competiu na divisão I do basquete pela universidade George Washington. Seis anos depois, Schuyler Bailar passou a nadar pela equipe masculina de Harvard.
Oh, and... one more thing!
CeCe Telfer was named the women's meet's Most Outstanding Track Performer.#RavenNation #LetsFly pic.twitter.com/bEeC8Dmgt8 — FPU Ravens (@FPUathletics) 17 de fevereiro de 2019