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Até quando o Golden State sobrevive sem Stephen Curry?

(Cary Edmondson/USA TODAY Sports)

Stephen Curry voltou à quadra nesta sexta-feira e, na mesma noite, já se lesionou novamente. Desta vez, o problema é maior. O armador do Golden State Warriors torceu o joelho direito e machucou um ligamento. Ficará de fora pelo menos três semanas, quando será reavaliado para saber se já poderá voltar a jogar ou se ficará de molho mais um tempo.

De acordo com este cronograma, Curry não joga mais pelo time na temporada regular. Na melhor das hipóteses, volta para o início do mata-mata. Mas essa é uma previsão bem otimista, já que, em média, jogadores com uma lesão de grau dois neste ligamento ficam de fora seis semanas – lá por volta da metade da semifinal de conferência.

Até outro dia, eu não achava nada preocupante o Golden State estar com 2/3 do time fora por lesão nessa reta final de temporada. Até suspeitava que era mais uma forma de institucionalizar a folga de parte do elenco em um período que o time precisa pouco dos seus jogadores e tentar garantir que todo mundo estaria bem e inteiro para o mata-mata. Agora, com a lesão de Curry, acho que as coisas mudam de figura.

Curry, por mais que venha tendo um ano conturbado com lesões, tem jogado o algo próximo do seu auge, com o melhor aproveitamento nos chutes de dois e segundo melhor nos arremessos de três da sua carreira. Mesmo assim, o Golden State Warriors vem uma campanha pior do que a do Houston Rockets. Isso não quer dizer que necessariamente o time texano seja melhor do que o atual campeão, mas dá indícios de que há um rival à altura do Golden State.

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Digamos que os Warriors entrem nos playoffs com um time completo à exceção de Curry, acho que o primeiro round não seria um desafio muito grande. Na classificação de hoje, o confronto seria contra o Minnesota Timberwolves, mas com possibilidades reais de, até lá, o adversário mudar para o Utah Jazz, San Antonio Spurs ou New Orleans Pelicans. Todos times bons, mas nenhum páreo para um GSW com mais motivação e Kevin Durant, Klay Thompson e Draymond Green em quadra.

Em um eventual segundo round, as coisas ficam um pouco mais complicadas, mas ainda parecem controladas. Impossível dizer o que vai acontecer, mas dá para colocar o Golden State em vantagem contra Oklahoma City Thunder e Portland Trail Blazers.

Mas, sem dúvidas, esse é o limite máximo do favoritismo do Warriors sem Curry. O provável confronto com o Houston na final de conferência já tem tudo pra ser pau a pau com o armador jogando em forma. Sem Curry – com ele baleado -, os Rockets têm mais chances de passar adiante.

O time de James Harden vem com um ataque poderoso, entrosado, vem mostrando mais gana e parece mais inteiro. Terá, também, o providencial mando de quadra, já que deve fechar a temporada com a melhor campanha.

Mesmo que volte a tempo, me preocupa como Steph estará. Em 2016, contra o próprio Houston, Curry voltou antes da hora no primeiro round e não deu certo. Com tantas lesões, compensando as dores, superando restrições, é natural que o jogador não retorne em plenas condições. Mas é algo que temos que esperar para ver.

Se seguir o cronograma da lesão, acho que o Golden State consegue sobreviver sem sustos sem Stephen Curry. Mas, se por ventura o negócio for mais sério do que parece ou se ele não voltar com tudo, acho que o time pode ter problemas. Se quer passar do Rockets e ser campeão contra o melhor do Leste, o Golden State Warriors precisa de Curry de volta.

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