Foi falta de Durant em LeBron, mas a culpa não é só do árbitro, é da regra

Pedro Brodbeck

(Reprodução/ESPN)

A badalada rodada de Natal foi excelente. Quase todos os jogos foram decididos no último minuto. O único que foi um pouco mais desequilibrado aconteceu já na madrugada, quando a turma já estava de saco cheio de ficar sentada na frente da TV assistindo basquete e lutando para fazer a digestão.

O Philadelphia 76ers bateu o New York Knicks em um jogo muito disputado, cheio de erros dos dois lados nas posses de bola finais, o Washington Wizards também venceu o Boston Celtics fora de casa em uma partida muito equilibrada, o Oklahoma City Thunder fez valer o mando de quadra e a ausência de Chris Paul para superar o Houston Rockets e o Minnesota Timberwolves passou pelo Los Angeles Lakers desfalcado, que se perdeu nos dois últimos quartos de jogo.

O mais aguardado de todos, Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors, também foi pau a pau, mas teve seu desfecho manchado por um erro de arbitragem nos momentos finais. Quando o jogo estava a 26 segundos do fim e com uma diferença de 3 pontos no placar, LeBron James bateu bola na cabeça do garrafão e rapidamente infiltrou, deixando Kevin Durant para trás. O ala do Warriors esticou o braço e bloqueou o chute de James, empurrando a bola para a linha de fundo. LeBron pediu falta, não dada. Os árbitros, então, foram revisar a jogada para ver quem tinha sido o último jogador a tocar na bola. Fosse Durant, a posse voltava para o Cavs, que teria a chance de encostar no placar. Fosse LeBron, a partida estaria praticamente decidida.

+ Como o pior time da NBA tem a maior sequência de vitórias do Leste?

+ Siga o Fera no Twitter!

De fato, o replay mostra que a bola resvala mesmo no dedo do ala do Cleveland antes de sair pela linha de fundo. No entanto, a repetição também evidencia que Kevin Durant não deu um toco limpo em LeBron. Na verdade, Durant fez falta em James, o que o levaria para a cobrança de dois lances livres. Erro da arbitragem.

O problema aí é que a regra de revisão da marcação dos juízes não permite que eles anotem a falta depois que o lance aconteceu quando o que está sendo reavaliado é se a bola tocou por último em fulano ou sicrano. De acordo com a regra, se os árbitros querem rever para quem é o fundo bola, eles só podem reavaliar isso, nada mais.

Em uma parte dos casos, isso é até benéfico para o jogo. Impossibilita que toda jogada decisiva seja reprisada um milhão de vezes até que os árbitros tomem uma decisão – com o jogo parado nos segundos finais. Por outro lado, provoca bizarrices como esta: por mais que o vídeo mostre claramente uma coisa, eles têm que ‘fingir’ que só estão preocupados com outra – além do constrangimento de acompanhar, em tempo real, que a marcação foi errada, mudou o rumo da partida e não pode ser mudada.

Neste jogo em especial, não dá para culpar apenas a regra. Os árbitros foram omissos em outros momentos da partida também. Mas a partir disso dizer que o Cleveland teria vencido já é muita especulação. Tivesse o Cavaliers chutado um aproveitamento minimamente decente, os juízes não estariam em discussão e o time teria vencido numa boa. Todos têm sua parcela de culpa e a arbitragem vai prejudicar e beneficiar todos os times ao longo da disputa.

Mas que a regra é besta, isso ela é.