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Isaiah Thomas voltou. É suficiente para os Cavs baterem os Warriors?

(USA Today Images)

Isaiah Thomas voltou ontem de uma séria lesão nas costas. O armador começou no banco de reservas e estreou – na temporada e pelo Cleveland Cavaliers – no final do primeiro quarto do confronto contra o Portland Trail Blazers. A performance foi animadora: o time titular estava atrás no placar e virou o jogo com Thomas em quadra. Além disso, o jogador jogou mais do que o previsto – 19 minutos, enquanto o previsto era cerca de 10 – e acabou o jogo com sólidos 17 pontos. Mais importante de tudo, não deu nenhuma pinta de que está fora de forma ou sentindo alguma sequela da lesão.

A volta de Thomas no começo do ano é fundamental para os planos do Cleveland Cavaliers de bater o Golden State Warriors e tentar ser campeão. Por mais que o time tivesse embalado depois de um começo de temporada cambaleante, o time não era nem sombra do que já foi na sua melhor fase da formação com Kyrie Irving e do que pode ser com Isaiah Thomas.

O confronto de Natal entre Warriors e Cavs é um exemplo da falta que um jogador como Thomas – ou como Irving – faz. Lebron é espetacular, pode resolver sozinho 9 entre 10 jogos, mas contra um time repleto de talentos defensivos é preciso ter todas as armar possíveis à disposição. Com uma marcação cerrada de Kevin Durant e a possibilidade de dobra de Klay Thompson e Draymond Green, Lebron cometeu muitos erros e desperdiçou 7 bolas. Além disso, teve um aproveitamento bem abaixo da média nos arremessos.

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Por mais que Kevin Love seja um excelente arremessador e Dwyane Wade cresça nas decisões, Isaiah Thomas é uma ameaça ofensiva maior. Na temporada era o jogador que mais pontuava no último quarto de jogo, mais virava partidas e carregava sua equipe nas costas. Merecidamente, ficou entre os 15 melhores jogadores da NBA inteira na temporada.

Além de incomodar muito mais contra o Warriors, que terá que se dividir melhor na hora de tentar parar o ataque do Cleveland, especialmente porque a marcação é a maior deficiência do jogo de Stephen Curry – e marcar Thomas é muito mais complicado do que Jose Calderon -, a volta de Thomas, principalmente quando ele estiver em quadra sem restrições, vai desafogar a responsabilidade de Lebron, fazendo com que o ala não chegue tão desgastado nos playoffs.

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Além disso, em Boston, Isaiah aprendeu a jogar sem a bola e se movimentar em busca da melhor posição para o arremesso. Assim como Kyrie Irving, ele sabe jogar isolado no ataque, mas também tem condições de esperar que a jogada se desenhe para sua finalização – o que, independente da qualidade de um ou de outro, me faz acreditar que ele tem um melhor encaixe com Lebron do que o antigo armador do Cleveland.

Com certeza ainda falta muita coisa rolar na temporada, o Cavs precisa bater fortes concorrentes para chegar à final (Boston Celtics e Toronto Raptors, em especial), mas a adição de um talento como Thomas, bem como parece estar, com as características que sempre teve, faz o Cleveland parecer ter o maior potencial desde a volta de Lebron em 2014. E parece ser a ameaça mais real ao Golden State desde que essa rivalidade se formou.

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