Esporte da bola oval conquista fãs e praticantes no país do futebol

Futebol americano se fortalece no Brasil e ganha espaço também entre as mulheres

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A bola redonda vem ganhando aos poucos um concorrente pelos campos do Brasil. O futebol americano que há alguns anos era um esporte desconhecido da maioria dos brasileiros, conquista cada dia mais fãs e novos praticantes no país, como as 200 pessoas que participaram no último sábado, 22, do Camp Cairo Santos, um dia de treino com o único brasileiro que joga na principal liga de futebol americano do mundo: a NFL. 

Muitos dos que participaram do evento vieram de longe para ver o brasileiro que desde 2014 atua como kicker do Kansas City Chiefstime que chegou à semifinal da Conferência Americana (AFC) na última temporada. Diego Boddenberg é um deste fãs que veio até São Paulo só para participar do treinamento. Assim como Cairo, ele joga na posição de kicker, vestindo a camisa do Timbó Rex (T-Rex), equipe de Santa Catarina criada em 2007 e atual bicampeã brasileira de futebol americano.

“Eu comecei a jogar há quatro anos e o esporte cresceu muito nesse tempo. O campeonato brasileiro também ganhou mais destaque, com mais público e maior cobertura da imprensa”, afirma Boddenberg, que teve a oportunidade de conhecer Cairo e até receber algumas dicas do seu ídolo.

O campeonato nacional de futebol americano existe há oito anos. Nos primeiros sete eram duas competições: o campeonato brasileiro de futebol americano, organizado pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) e o Torneio Touchdown, de organização independente. Em 2016, com a unificação, foi criada a Superliga Nacional de Futebol Americano, sob gestão da confederação. Assim como na liga norte-americana, os 30 times do torneio estão divididos em conferências: Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Essa divisão não é apenas um cópia do modelo americano, mas uma forma encontrada para diminuir os gastos com viagens das equipes.

Escolhido pelo ídolo

Amilcar Neto não chegou à jogar na NFL como Cairo Santos, mas fez um caminho semelhante ao de seu ídolo: trocou o futebol da bola redonda pelo da bola oval. Jogou até os 18 anos em escolinhas e chegou a passar pela base da portuguesa santista. Desistiu da carreira como jogador de futebol, mas nunca largou a paixão pelo esporte. Em 2016, quando completou 25 anos, decidiu fazer um teste na equipe do Santos Tsunami e foi aprovado.

“No segundo chute que eu dei, já me falaram que eu levava jeito. E estou até hoje no time”, afirma Neto, que foi escolhido para fazer parte da equipe técnica do treino organizado por Cairo Santos em 2016 e novamente este ano.

“Quando eu recebi o convite, fiquei uns 10 minutos travado. Ali eu vi que eu estava fazendo o trabalho certo. É muito gratificante estar ajudando seu ídolo e ser reconhecido como um dos melhores do Brasil por ele”.

Mulheres no futebol americano

Se engana quem pensa que as mulheres no Brasil só conhecem o futebol americano como o esporte do marido da Gisele Bündchen. O esporte tem ganhado espaço também entre elas e existe até campeonato feminino, atualmente com seis times. Iris Valentim, de 24 anos, joga na equipe carioca Big Riders FA e também veio a São Paulo para participar do Camp Cairo Santos.

“O que eu mais gostei do camp foi estar perto de quem chegou lá. Quando você vê um brasileiro, que também jogava soccer, isso traz um banho de esperança”.

E o encontro com Cairo Santos inspirou mesmo Iris. Após 4 horas de treino no sábado, ela liderou sua equipe na vitória por 33 a 7, contra as Spartans, no domingo.   

 

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