ONG critica realização de revanche entre Joshua e Ruiz Jr. na Arábia Saudita

Para Anistia Internacional, seria uma tentativa de lavar a imagem do país através dos esportes

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Ninguém esperava a derrota de Anthony Joshua para Andy Ruiz Jr. pela categoria dos pesos-pesados (acima de 90kg), mas ela aconteceu. Joshua pediu uma revanche e ela acontecerá em dezembro, enquanto o local foi anunciado recentemente: a Arábia Saudita. A Anistia Internacional criticou o país ter se tornado sede do local, que vê como uma tentativa de esconder violações de direitos humanos através do esporte.

A ONG Anistia Internacional foi uma das que se manifestaram, principalmente através de Felix Jankens, chefe de campanhas da entidade no Reino Unido. "Se Anthony Joshua enfrentar o o Andy Ruiz Jr. na Arábia Saudita, será outra oportunidade para as autoridades do país tentarem recuperar sua imagem danificada através do esporte", afirmou.

"Apesar de algumas reformas bem atrasadas sobre os direitos das mulheres, a Arábia Saudita atualmente está estendendo as garras e fazendo uma violenta repressão aos direitos humanos, com mulheres ativistas, advogados e membros da minoria Shia virando alvos", relatou Jankens.

Ele também citou outros problemas atuais: a morte de Jamal Kashoggi, jornalista opositor ao regime que foi morto na embaixada saudita na Turquia, e os ataques feitos no Iêmen pela coalizão liderada pelo Arábia que tem atingido casas, hospitais e mercados, matando civis.

Não seria a primeira vez que uma luta de boxe seria utilizada para tentar melhorar a imagem de um regime ditatorial. A histórica luta entre Muhammad Ali e George Foreman, realizada no Zaire em 1974, foi utilizada pelo então ditador do país africano, Mobutu Sese Seko, como uma forma de propaganda para o país. A própria Arábia Saudita pagou para ter a disputa da Supercopa da Itália, entre Milan e Juventus, no país em 2018.

Joshua e Ruiz Jr. divergiram quanto ao local para a realização do segundo embate: enquanto o britânico queria que fosse em Cardiff, País de Gales, o mexicano-americano afirmou que só aceitaria uma luta nos Estados Unidos ou em campo neutro. Assim, a Arábia Saudita pagou US$ 100 milhões (R$ 398 milhões) e sediará o evento.

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