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Incrivelmente, a queda do Pistons passa pela ausência de Reggie Jackson

(Brad Rempel-USA TODAY Sports)

Eu nunca em toda a minha vida achei que iria dar o braço a torcer, mas, pelo menos ao que parece, a ausência de Reggie Jackson é o principal motivo pela queda-livre do Detroit Pistons na tabela de classificação. Desde que o jogador se machucou, o time entrou em um espiral de derrotas e jogos péssimos. Estava com 19 vitórias e 14 derrotas na quarta colocação do Leste. Depois de 13 partidas em ele, das quais perdeu 10, a equipe despencou para a nona posição.

Foi difícil chegar a essa conclusão, por mais vistosos que sejam os números. Eu sempre odiei o Reggie Jackson. Para mim, ele foi por toda a vida um peladeiro. Um jogador que só queria saber de pontuar, um shooting guard sem corpo e mira para ser shooting guard e que, por isso, tinha sido empurrado para a posição de armador principal, mas sem ter a mínima capacidade para tal.

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Uma boa dose dessa impressão era alimentada pelo meu preconceito com ele e outra parte pelo desempenho ruim de Jackson no comando do Detroit. Desde que assumiu a armação da franquia, o Pistons se tornou o segundo time que menos rodava a bola, menos assistências dava e que menos arremessava a partir de potenciais assistências. Mesmo que isso não fosse total responsabilidade de Jackson, eram números que entregavam uma característica muito clara do jogador, que sempre pensava mais em tentar penetrar a defesa adversária do que organizar o jogo.

Neste ano, não sei porque e nem por responsabilidade de quem – se dele ou do técnico Stan Van Gundy – sua atitude em quadra mudou. Passou a chutar menos e melhor. Sua seleção de arremessos ficou ligeiramente mais inteligente – deixou de enfrentar tantas vezes ao jogo o paredão defensivo do adversário, passou a arremessar, proporcionalmente, mais de três pontos e não tão próximo da tabela adversária, começou a rodar mais a bola, mesmo que sem procurar imediatamente a assistência. Coincidência ou não – acho que não – Tobias Harris e Andre Drummond vinham tendo as melhores temporadas das suas carreiras também, assistidos por Jackson.

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Essa moral recuperada por Jackson nesta temporada até foi ligeiramente abalada quando o time perdeu a primeira série de jogos, ainda em dezembro. Foram sete derrotas seguidas, mais do que na atual fase até. A diferença é que naquela época o calendário foi bem mais cruel com o Detroit: sete jogos em onze noites – e todos contra concorrentes diretos ou times de melhor campanha, como Spurs e Warriors. Na oportunidade, pensou-se até que o caminho seria dar mais espaço a Ish Smith, armador reserva do time. Muito franzino e limitado, a real é que Smith é um excelente backup,  mas não tem cacife para levar um time titular.

Desta vez, sem Jackson, o baque é mais emblemático. Derrotas para times supostamente mais fracos, como Bulls, Hornets e Nets e queda no rendimento geral do time e individual dos colegas.

Para o azar da franquia, Reggie só deve voltar à ação depois do All Star Game, no meio de fevereiro. Podem ser até mais 10 jogos sem o, agora, indispensável comandante da equipe. Daí, com praticamente 20 jogos apenas restando para o final da temporada, o atraso pode ser muito grande para retomar a temporada do Pistons. Incrivelmente, no pior momento da temporada pro Pistons, Reggie Jackson comprovou um valor que eu sempre subestimei.

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