Advogado de homem que agrediu árbitra nega violência de gênero no caso

Defesa contesta versão e alega que juiz homem não teria sofrido tanta agressividade

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O caso da agressão de um jogador de futsal a uma árbitra no Piauí segue tendo desdobramentos. Rodrigo Quixaba se apresentou para prestar depoimento pelos socos que desferiu em Eliete Maria Fontenele ao lado de seu irmão e advogado, Carlos Henrique Quixaba. Na saída da delegacia, Carlos Henrique negou que o irmão tenha agredido Eliete por ela ser mulher.

"O motivo não é por ela ser mulher. Foi uma questão de emoção do jogo. Todos lá estavam com os nervos à flor da pele. Ele está arrependido demais. Ele não vai aparecer aqui por que está preservando a imagem pelas ameaças que está recebendo. Veio aqui prestar seu depoimento, não está foragido e vai comparecer à audiência. Ele não teve a intenção de praticar esse crime, essa violência contra a dona Eliete", afirmou o advogado.

A defesa da juíza contesta a versão. "Houve uma violência de gênero. Se fosse um profissional masculino, não iria com toda essa agressividade. Envolve toda uma questão do machismo, a gravação mostra. A Eliete faz o seu papel como árbitra há 20 anos e ela foi agredida dentro do seu local de trabalho. Sabemos o quanto predominantemente a profissão é liderada pelo gênero masculino, e o acusado usou-se do fato da vulnerabilidade de uma mulher apitando uma partida para encorajar-se e cometer covardemente a agressão, opinou a advogada de Eliete, Taise Cristine.

O vídeo das agressões chamou a atenção nas redes sociais pela violência com que Rodrigo atinge Eliete. Após uma briga generalizada entre atletas de duas equipes que jogavam um torneio interno da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, Eliete mostra cartões vermelhos para alguns jogadores. Ao ser expulso, Rodrigo dá três socos na árbitra.

Na versão do agressor, ele estava apenas tentando separar os colegas. "Começou aquela discussão entre os colegas dos dois times, e ele tentou separar por que conhece todos. Ele conseguiu separar os colegas. A árbitra expulsou o colega dele quando ele foi lá intervir e ver o porquê da expulsão. Naquele momento impensado, ele cometeu o ato que vocês viram no vídeo", relatou Carlos Henrique. 

Eliete relatou recentemente que está pensando até em se mudar de cidade devido aos problemas. "Eu penso em fugir e desaparecer daqui. Eu falo que é muita pressão nas redes sociais. Parece que a vítima é ele (suspeito). Ele querendo distorcer a história toda. Está sendo muito difícil para mim. É complicada minha vida agora, mas não vou baixar a cabeça", disse a vítima das agressões.

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