Depois do atacante Pavel Pogrebniak dar declarações de cunho racista e xenófobo sobre a presença de estrangeiros na seleção russa e citar o brasileiro Ari, seu time, o FK Ural, está tentando conter os danos. A diretoria do clube chegou a prometer ingressos grátis a brasileiros que estejam viajando por Ecaterimburgo, onde fica a sede do time.

“Não queremos conflito com ninguém e somos felizes por fazer amizade com fãs de todos os lugares, sem importar o país. Muitos estrangeiros vêm a Ekaterimburgo a negócios e gostamos de recebê-los em nossos jogos. Os brasileiros atacaram nossas redes sociais mas gostaríamos muito de vê-los em nosso estádio e que possam mudar a ideia que tenham de nós. Mas por enquanto não recebemos nenhum pedido de ingresso”, respondeu a assessoria de imprensa do clube ao site brasileiro Gazeta Esportiva.

“Vimos em nosso Instagram um aumento da presença de brasileiros e uma grande quantidade de comentários negativos em relação ao que foi dito por Pavel. Apenas respondemos que ele não quis ofender ninguém. Temos um time multicultural e as acusações de racismo são muito ofensivas contra nós”, comentaram. Em post no instagram, o clube ressaltou a origem de diversos estrangeiros que tem no elenco.

Em entrevista a um jornal da cidade, Pogrebniak se posicionou contra a presença de estrangeiros na seleção russa, afirmando ser estranho que pessoas de cor jogassem no time e questionando porque deram um passaporte ao brasileiro. Depois da repercussão negativa, o atacante de 35 anos disse não ter nada contra jogadores negros, mas que deseja que apenas atletas nascidos e criados na Rússia joguem na seleção. 

Ao FERA, Ari afirmou que pretende continuar na seleção russa, que não sofria racismo na Rússia há muito tempo e que Pogrebniak sequer merecia atenção.

Por sua vez, o clube tenta não ter o marca de racista em si. Porém, o presidente do clube havia inicialmente apoiado Pogrebniak. “O que ele disse de ruim? Ele não ofendeu ninguém e nem insultou. Vivemos em um país livre. Ele não pode dizer o que pensa? Se para ele é ridículo e engraçado, assim é”, opinou Grigory Ivanov.